Na manhã desta quarta-feira (28), a Polícia Militar realizou uma operação na Vila Aliança, localizada em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Moradores relatam estar confinados em suas residências, temerosos devido aos intensos confrontos entre os policiais e traficantes na região.
Os criminosos, com o intuito de impedir a entrada das forças policiais, adotaram medidas extremas, exigindo que motoristas de ônibus posicionassem os veículos como barricadas nas principais entradas da favela. Até mesmo um caminhão de lixo da Comlurb foi utilizado para bloquear o acesso.
De acordo com a Comlurb, o motorista e a equipe de garis foram coagidos pelos criminosos enquanto realizavam uma coleta de lixo na Estrada do Taquaral. Após serem rendidos, foram obrigados a posicionar o caminhão como obstáculo em um dos acessos à comunidade. Felizmente, os funcionários da concessionária de lixo estão em segurança.
Leia Também:
O confronto tornou-se ainda mais complicado com pelo menos 12 ruas bloqueadas por barricadas, muitas delas em chamas devido aos pneus incendiados pelos criminosos. Essas ações dificultam a movimentação dos policiais, que, mesmo utilizando três carros blindados, precisam percorrer as vielas a pé devido às barricadas.
Além disso, os criminosos chegaram ao extremo de colocar estruturas de ferro pontiagudas em uma das ruas, visando impedir a passagem dos veículos da polícia.
A operação também afetou o transporte público na região. Passageiros da Supervia encontraram dificuldades para embarcar na estação de trem, enquanto a circulação dos trens permaneceu normal. A Comlurb informou que a coleta de lixo será retomada assim que a situação de segurança estiver normalizada na área.
A Rio Ônibus manifestou seu repúdio aos episódios de insegurança enfrentados pelo setor, mencionando que dois ônibus foram utilizados como barricadas somente nesta quarta-feira. Nos últimos 12 meses, 140 ônibus foram interceptados pelos criminosos com esse propósito.
Esses acontecimentos ilustram os desafios enfrentados pelas autoridades e pela população local diante da violência e da criminalidade que assolam algumas áreas do Rio de Janeiro.