A Kssenet, o parlamento de Israel, aprovou nesta quarta-feira a primeira parte da reforma judicial que limita os poderes da Suprema Côrte, algo que analistas veem como um afronta ao Estado de Direito e que há 29 semanas leva multidões às ruas mos maiores protestos em 75 anos de história do país. Enquanto os deputados votavam na medida impulsionada pelo primeiro-ministro Benjamin Natanyauh e seu governo de direita, ao menos 20 mil pessoas protestavam do lado de fora contra a rejeição de um dos poucos sistemas de freios e contrapesos na nação do Oriente Médio.
Com o voto, o governo mais conservador que Israel já teve, afundou mais o país em uma crise política, gerando até mesmo raras declarações explícitas de preocupações dos Estados Unidos. No domingo, o presidente americano Joe Biden disse que ¨da perspectiva dos amigos de Israel nos E.U.A., para que a atual proposta de reforma judicial está mais polarizante, não menos¨.
Após a votação desta segunda, Washington emitiu um comunicado chamando a iniciativa de lamentável.
Se a oposição diz que a reforma mina a separação dos Poderes, o governo e seus aliados ultranacionalistas e ultraortodoxos argumetam que o judiciário concedeu a si mesmo maior autoridade ao longo dos anos e que a Suprema Côrte não é representativa da sociedade israelense. Por isso, as mudanças propostas incluem derrubar a capacidade de maior instância da justiça de fiscalizar as nomeações ministeriais do governo, além de derrubar decisões políticas ou legislações, como a medida recém-aprovada.
- A lei que aprovamos hoje é importante pra a democracia, mas é apenas o início. Para um Estado de Israel mais judeu e democrático, devemos aprovar o resto da reforma, primeiramente as mudanças na comissão de nomeações judiciais e o poder dos promotores - disse o ministro da Segurança Nacional, o ultraconservador Itamar Ben Guir, afirmando que ¨Israel será um pouco mais democrática, um pouco mais judia¨.
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