Turmas de reforço escolar oferecidas por uma instituição social a alunos do 6º ao 9º ano conheceram o trabalho realizado pelo projeto Guardas no Apoio e Prevenção nas Escolas (Gape). Em uma conversa aberta, a equipe abordou o universo do bullying e suas consequências, bem como a prática do racismo dentro e fora do ambiente escolar. A sensibilização visa transformar comportamentos e melhorar a convivência em sociedade.
O foco da ação é a construção de uma cultura de paz. O bate-papo propôs uma reflexão baseada nas realidades comuns do dia a dia dos jovens, incentivando-os a fazer uma autoavaliação sobre suas experiências como autores, vítimas ou espectadores de bullying. “Não é incomum termos relatos de identificação com a questão. Muitas vezes, eles se abrem e contam ter sido alvos da investida perversa do bullying pelas razões mais diferentes. É um momento de ouvir e buscar ajudar”, afirma a coordenadora do Gape, GM Medeiros.
Além de discutir as definições de bullying e racismo, a equipe apresentou estratégias para fortalecer a rede de proteção contra essas práticas. Os alunos foram incentivados a criar grupos de apoio, capazes de identificar e resolver problemas junto à instituição de ensino. A orientação também incluiu informações sobre a legislação que enquadra tais práticas como crime e prevê sanções para casos comprovados.
A conscientização visa fortalecer a tolerância, a convivência e a aceitação, fatores essenciais para a autoestima, saúde mental e empoderamento dos alunos. “Temos que respeitar as diferenças, sejam elas quais forem. Ninguém tem o direito de apontar o outro, de ridicularizar o outro, de ofender por suas características físicas. A minha identidade é formada pelo o que eu sou, a cor da minha pele, o meu tipo de cabelo, a forma do meu corpo. E tudo isso é muito importante, porque me torna único. Por outro lado, a gente precisa ter a validação do outro para construir a autoestima”, explica a assessora da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), Charline Juvenal.
A iniciativa do Gape destaca a importância de um ambiente escolar seguro e acolhedor, onde todos os alunos possam desenvolver-se plenamente, livres de discriminação e violência.