No período de férias escolares, com as crianças mais tempo em casa, a atenção redobrada dos pais, responsáveis e cuidadores se torna essencial para prevenir acidentes domésticos, especialmente em um verão que promete temperaturas acima da média, tornando atividades com água, como piscinas e brincadeiras aquáticas, mais atrativas e requerendo cautela.
A gerente médica e cirurgiã geral do Hospital João XXIII da Fhemig, Daniela Fóscolo, destaca a importância da hidratação oral das crianças em períodos de calor intenso, pois a desidratação aumenta a propensão a acidentes, inclusive afogamentos.
Nas atividades aquáticas, além da supervisão constante de adultos, o uso adequado de equipamentos de segurança é crucial. Segundo Daniela, boias apropriadas para cada faixa etária são essenciais para garantir a segurança, enfatizando que coletes salva-vidas são ideais para crianças pequenas, ao contrário das boias apenas nos braços, que podem sair ao pular na água, oferecendo menor proteção. É importante ressaltar que afogamentos não demandam grandes quantidades de água - um balde com poucos centímetros já pode representar um risco grave.
Outra ocorrência frequente são os incidentes com "corpos estranhos" dentro de casa, objetos ingeridos ou colocados nas narinas ou ouvidos pelas crianças, como moedas, peças de brinquedos e tampas de garrafas, levando muitos pequenos aos serviços de emergência. Em 2022, o Hospital João XXIII atendeu 4.315 casos desse tipo, sendo 1.382 com crianças de 0 a 5 anos. Em 2023, até o dia 18 de dezembro, já foram 1.347 casos na mesma faixa etária.
Brinquedos que funcionam com pilhas e baterias, comuns em presentes de Natal, são objetos comuns de ingestão por crianças pequenas e representam um risco. As baterias, em contato com suco gástrico, geram corrente elétrica, podendo causar queimaduras nos órgãos internos. Por outro lado, grãos como castanhas, milho de pipoca, feijão cru e amendoim oferecem risco maior se aspirados, causando asfixia. Durante as festas, é necessário cuidado redobrado ao servir esses alimentos.
Ana Júlia Dias, de 4 anos, engoliu a bateria de um tablet de brinquedo, um susto para sua mãe, Ana Paula Dias. Transferida para o Hospital João XXIII, a bateria foi retirada em tempo, evitando consequências graves. Ana Paula alerta os pais para a atenção aos brinquedos e suas peças: “Tem que ter atenção com o brinquedo que vai comprar, se é próprio para a idade do pequeno, se tem peças soltando. É muito perigoso”.
A médica Kelly Araújo, do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital João XXIII, destaca os riscos de queimaduras em casa, especialmente em crianças menores. “A maioria das crianças queimadas têm até 2 anos. Elas são curiosas, não têm noção do perigo e apresentam baixa estatura, o que contribui para que vejam o mundo em um plano diferente do adulto. Um cabo de panela voltado para fora do fogão ou o forno quente, por exemplo, despertam o seu interesse e podem causar danos que os acompanharão para o resto de suas vidas”, alerta a profissional.
Dentre as recomendações para evitar acidentes e incidentes, estão proteger tomadas, manter fora de alcance objetos pequenos e cortantes, produtos químicos, medicamentos e inflamáveis, além de supervisionar sempre as crianças durante atividades aquáticas. O uso de grades nas bordas de piscinas e boias aquáticas adequadas também são medidas de precaução fundamentais.
Gostou da matéria? Compartilhe com os familiares e amigos!
Receba notícias da RCWTV no WhatsApp!
Fique atualizado com as principais notícias que movem nosso site! Clique aqui e participe do nosso grupo!