Uma equipe ligada à Prefeitura de Juiz de Fora e formada pelos historiadores Vanderlei Tomaz e Antônio Henrique e pelo geógrafo Marco Garcia vem trabalhando para identificar o traçado do Caminho Novo na região daquela cidade. Utilizando-se dos relatos de viagens de naturalistas europeus e de mapas antigos existentes no Arquivo Histórico de Juiz de Fora, os pesquisadores têm percorrido o trajeto procurando ruínas e marcos.
A última descoberta do grupo foi anunciada recentemente. Segundo Vanderlei Tomaz, eles encontraram em Barreira do Triunfo um marco de sesmaria, uma pedra com 1,20 m de altura marcada com quatro cruzes em cada um dos lados. Os marcos de sesmaria eram colocados à margem do Caminho Novo e serviam de ponto inicial para a demarcação de sesmarias que seriam concedidas a particulares pela Coroa portuguesa. O marco foi encontrado à margem de um trecho de uma estrada antiga de pouco mais de um quilômetro dentro do sítio do Possali, uma propriedade particular.
O Caminho Novo foi criado no início do século XVIII para facilitar o transporte do ouro entre Minas Gerais e Rio de Janeiro. Ao longo do caminho várias sesmarias foram doadas, dando origem a ranchos, pousadas de tropeiros e povoados como João Gomes (Santos Dumont), Nossa Senhora da Assunção do Engenho do Mato (Paula Lima/Chapéu D’Uvas) e a Vila de Santo Antônio do Paraibuna (Juiz de Fora). O marco encontrado em Barreira do Triunfo é o segundo localizado em Juiz de Fora, o primeiro foi encontrado em 2000 no distrito de Paula Lima (Chapéu D’Uvas).
Além dos tropeiros e naturalistas europeus, o Caminho Novo também foi percorrido pelo imperador D. Pedro I (em 1831) e pelos inconfidentes mineiros quando foram levados aprisionados para o Rio de Janeiro. Para Vanderlei Tomaz, um dos objetivos dessa pesquisa "é mostrar à cidade Juiz de Fora o verdadeiro traçado do Caminho Novo, descartando a possibilidade de que ele tenha passado pela Avenida JK ou pela BR-040”.
Acervo Vanderlei Dornelas Tomaz