A autorresponsabilidade é muito importante. Se você quer avançar e seguir na direção dos seus objetivos faça a sua parte e assuma a sua responsabilidade naquilo que lhe cabe. Mas cuidado: muitas coisas não dependem só de você. E é nessas horas você precisa ter um olhar equilibrado das circunstâncias, para não acabar carregando o mundo nas suas costas.
Sempre se pergunte: eu fiz o melhor que eu pude com aquilo que eu tinha nas minhas mãos? Eu fiz o melhor que eu poderia ter feito com as informações que eu tinha naquele momento? Quanto disso é minha responsabilidade? Quantas pessoas estão envolvidas nesta situação? Qual é a responsabilidade de cada uma delas? Isso pode ser aplicável a várias situações.
Pensando na vida pessoal, quantas pessoas você conhece que terminaram um relacionamento se sentindo culpadas, como se fossem as únicas responsáveis pelo fracasso? Você pode até ter cometido grandes falhas e erros, mas um relacionamento pressupõe duas pessoas, logo, o final ou fracasso dele não depende exclusivamente de você. Você sem dúvidas tem a sua parcela, mas ainda que não seja do mesmo tamanho que a sua parte o outro parceiro tem a parte dele.
Aprenda a diferenciar a culpa da responsabilidade, normalmente confundimos as coisas. A culpa normalmente te paralisa, te faz ter pensamentos de ruminação do tipo: eu deveria ter feito isto ou aquilo, o que eu fiz foi um grave erro, as minhas atitudes foram graves demais. Você fica mais reflexivo, fica ruminando, pensando o tempo todo sobre isso. Mas quando assumimos a responsabilidade, normalmente partimos para a ação, vamos nos mover para solucionar os conflitos e resolver os problemas. A responsabilidade te faz pensar: o que posso fazer para resolver essa situação? Como consigo reparar o meu erro? Qual é a minha parte em tudo isto e como fazer algo a esse respeito?
E finalmente você consegue fazer a sua parte. E isso é libertador! É bom demais saber que o que lhe cabia foi feito, a sua parte foi cumprida. Você fica com a sensação gostosa de dever cumprido. Ainda que o desfecho não tenha sido como você esperava, você sabe que a sua parte foi realizada.
Não somos o alecrim dourado, sim, todos podemos cometer erros. Precisamos cada vez mais tomar consciência das nossas falhas, reconhecê-las como elas são de fato, sem aumentar ou diminuir e fazer a nossa parte. Se você não tolera os erros e as falhas dos outros, deveria lembrar que você também comete erros. Quando você lida bem com as suas questões, normalmente por generalização, acaba lidando bem com as questões dos outros. Tenha compaixão pelos outros e ofereça a si mesmo a autocompaixão.
Autora:
Mônica Reis é esposa e mãe de três garotos lindos de viver. Uma pessoa curiosa que gosta de conhecer novos lugares e de ler que é outra forma de viajar. É formada em Psicologia e possui Especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental e em Saúde Mental e Atenção Psicossocial. Atua no âmbito clínico atendendo jovens e adultos. Desde 2020 tem se reunido com outros colegas de maneira independente para estudar temas diversos, incluindo livros e artigos de autores relacionados as Terapias Cognitivo-Comportamentais. Isso tem lhe permitido trocar experiências relacionadas a profissão e a prática clínica. Instagram:
@bymonicareis
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