Por Alexandre Müller Hill Maestrini, professor e escritor
Ninguém nega o passado brilhante do município de Juiz de Fora, porém para chegarmos a ser uma nação o caminho ainda é longo. Juiz de Fora 4.0 é uma utopia que nem eu mesmo vivenciarei, já estarei no além, mas utilizarei aqui a linguagem do esporte para iluminar um dos possíveis caminhos para o sucesso da região da Zona da Mata como próspera e feliz.
Lembremos do futebol e vejamos que os torcedores do Flamengo se autodenominam uma Nação Rubro-negra. Nação flamenguista é um grupo de pessoas que amam seu time, se identificam com o poderio futebolístico, adoram seus ídolos do passado e presente e investem sua energia para ver o time campeão. Nesse raciocínio vemos que os moradores de nossa região não fazem o mesmo, não confiam na administração, não se empenham voluntariamente e não sempre se orgulham de ser da Nação Juizforana.
Todo técnico de esportes sabe que o nível do time é proporcional ao pior jogador do time. Isto é, precisam sempre estar atentos ao ponto franco, fortalecê-lo para que o time não fique desequilibrado. O jogador mais fraco, na maioria das vezes, sabe que tem deficiências e procura corrigi-las, mas conta com a ajuda do time. Existe cumplicidade. O mesmo acontece na vida civil, a Zona da Mata somente alcançará o bem estar social e progresso se todos os cidadãos tiverem a mesma chance de serem feliz onde vivem. Somente nesta perspectiva darão o seu melhor para contribuir para o desenvolvimento coletivo.
As Olimpíadas e as quebras de recordes podem nos ensinar muito como nos comportar. Se um atleta conquista um recorde e para de investir em treinamento, para de se aperfeiçoar e se manter na melhor forma, em breve será superado. Uma Nação Juizforana que se vangloria de um passado histórico glamoroso e não incentiva as tecnologias atuais e futuras, perderá a liderança rapidamente. Para sermos uma Zona da Mata 4.0 será necessário que o Município Pólo, no caso Juiz de Fora, lidere e apoie todos os município vizinhos - como um time - para concorrer no disputado campeonato globalizado.
Outra estratégia típica do esporte é a analise dos pontos fortes, dos pontos francos, das oportunidades e das ameaças. A líder do time, atualmente a prefeita Margarida, precisará encontrar o potencial competitivo da região, colocar os pés no chão, continuar praticando muito as pontos positivos; descobrir as potencialidades da Zona da Mata; chamar todos os jogadores/Municípios para se comprometerem com o plano de jogo e mitigar os pontos fracos da região.
O sucesso da Nação Juizforana 4.0 somente será alcançado a partir da criação do espírito de pertencimento. Ou nos unimos e começamos a treinar e jogar prá valer - no esporte e na vida - ou ficaremos olhando com saudade para um passado que jamais voltará.