Por Alexandre Müller Hill Maestrini, professor e escritor
Apesar de termos conseguido vacinar com duas doses mais de 85% da população, a pandemia ainda não acabou. Sim, o risco diminuiu e a gravidade da doença ficou limitada a vários sintomas desagradáveis. Analisando estes riscos a maioria já considerou o momento de baixar a máscara e desobrigar o uso em locais fechados. Com certeza ainda será um abre e fecha até acabar a pandemia e virar uma endemia. O que não se fala é que muita gente levou a sério até o atual momento da pandemia e agora se sente protegido com a máscara e ainda está com um medo residual de se contaminar.
Com a retomada das atividades sociais temos participado com cuidado de eventos e – como somos brasileiros – não levamos a sério as ainda necessárias medidas de evitar o contágio. Temos visto muito evento declarar que o distanciamento será respeitado, álcool gel estará disponível e a medida de temperatura ou a exigência de cartão vacinal será obrigatória. Mas o que temos vivenciado é uma pressão grupal para que as pessoas sigam o pensamento da maioria.
Muitas pessoas chegam aos eventos ou ao trabalho de máscara e ao encontrarem os primeiros conhecidos ficam sem graça de continuarem a usar a proteção e cedem aos olhares de estranheza, piadinhas e comentários insensíveis. Na verdade essa inversão de uso da proteção facial é fruto da baixa campanha de informação e pelo momento atual das redes sociais onde cada um emite uma opinião e poucos são os que lêem ou escutam os especialistas.
Tendo em vista que a doença COVID é de transmissão pelo contágio aéreo, devemos entender que no momento atual a máscara ainda é a barreira que impede o contágio e que no novo normal vamos ver muita gente disposta a continuar a usá-la. Podemos diminuir o uso do álcool gel, que virou em certos casos mania. Claro que podemos voltar a nos encontrar para um papo entre amigos, retomar todas as atividades ao ar livre, mas ainda é preciso nos protegermos. Ou você acha que quem está de máscara gosta de usar a proteção?
Acredito que no novo normal vamos ter que repensar nossas atitudes grupais. Muitos ainda se perguntarão qual será o momento de viver sem totalmente máscara? É neste cenário que muitos se encontram facultativo, obrigatório, necessário? Alguns ainda vão querer continuar a usar a proteção nos encontros e é necessário compreender as diferenças de pensamentos e sermos tolerantes.
Bom retorno à nova normalidade.