Não adianta escapar, em um mundo que é comum a todos, somos sim seres políticos e todas as nossas ações são políticas. Sempre que um direito coletivo ou individual é violado temos a obrigação de atuar no cumprimento deste, para a defesa e justiça. Para as eleições de 2022 as ricas e poderosas emissoras de TV já agendaram as datas para os debates entre os candidatos à Presidência da República. O primeiro encontro deve ocorrer na CNN, no dia 6 de agosto, antes mesmo do início oficial da campanha eleitoral. O último debate programado é o da Globo, no dia 29 de setembro, poucos dias antes do primeiro turno, marcado para o dia 2 de outubro. Neste ano os debates deverão acontecer também nas rádios e na internet, além de diversas outras oportunidades nas redes sociais de conhecer os candidatos.
Ao lado do horário eleitoral, uma das maiores vitrines de divulgação de propostas disponíveis aos candidatos em uma campanha, temos ainda muito caminho para descobrir os desafios e oportunidades para a representação de grupos marginalizados e os debates eleitorais são espaços-chave das campanhas eleitorais brasileiras. O debate entre os candidatos deveria ser uma oportunidade de aprofundar as temáticas importantes à nação brasileira. Nas diversas iniciativas será preciso debater sobre o futuro do Brasil, que busca, de modo democrático, eleger seu representante máximo em um momento de crise mundial. Precisamos conhecer em igualdade de condições as compreensões, posturas e ações dos candidatos, que promovam a dignidade humana a todos e um rumo a longo prazo para o Brasil.
É essa a importância do debate na política, eles tendem a nos dar alguma noção do que está em jogo na disputa eleitoral, além de nos mostrar as posturas pessoais dos candidatos e candidatas. Quando debates são transmitidos para um grande público e com a participação obrigatória de todos os candidatos, é uma oportunidade para divulgarem suas propostas e uma oportunidade importante de exposição. Mas, o debate eleitoral não é bom apenas para os candidatos. Por serem espaços de confronto de idéias, o eleitor tem uma grande oportunidade de comparar os posicionamentos dos candidatos e alcançar conclusões mais claras a respeito deles.
Então, por que um candidato não participaria de debates políticos? Os debates políticos são momentos da campanha em que os candidatos estão mais expostos e confrontados. Colocados lado a lado você pode reconhecer mais claramente as diferenças entre eles. E isso você não consegue durante as propagandas ou comícios, quando os candidatos estão sozinhos e não ao vivo. Além disso, os debates políticos o candidato pode sair muito bem, ou muito mal, tudo depende de sua capacidade.
Quando o candidato não se sente capaz ou confortável com esse tipo de pressão ao debater idéias ou propostas, recusa-se a participar de convites. O lado perverso é que o candidato que não participa de debates, tira a oportunidade do eleitor lhe conhecer melhor. Os políticos tem à disposição muito dinheiro público para suas campanhas. E isso é certo, mas deveriam estar obrigados por lei a participar dos debates, dando assim aos eleitores, que pagam estas campanhas, a oportunidade de escolher o melhor para o Brasil.
Alexandre Müller Hill Maestrini é professor e escritor