Estar como uma "vítima" é mais comum do que parece. Mas nem sempre a pessoa que está nesse papel se dá conta disso. É que em algumas situações não nos percebemos de forma consciente desempenhando esse papel. Ser vítima é diferente de desempenhar o papel de vítima. Confuso?
Ser vítima de uma injustiça é algo real, em algum momento da vida a maioria de nós já fomos ou seremos vítimas de alguma situação ou de alguém. Injustiças acontecem o tempo todo desde que o mundo é mundo. Contudo, desempenhar o papel de vítima significa responsabilizar os outros para validar os seus sentimentos de dor e revolta e como todo injustiçado, a vítima acredita que merece algum tipo de reparação ou uma espécie de punição para aqueles que cometeram algo contra ela.
A pessoa que está nessa situação, se vitimizando, se vê como impotente diante de algo muito maior que ele(a). Às vezes a própria postura se torna infantilizada, os problemas se tornam uma verdadeira e inédita (na história da humanidade) catástrofe.
A vítima não enxerga como ela pode resolver a sua situação, terceirizando a culpa da sua postura e do seu sofrimento, ela quer apenas lamentar e ser ouvida.
O lado bom e sedutor deste papel é que toda a vítima tem uma atenção especial quando consegue fazer com que as pessoas sintam pena dela, com isso ela foge de suas responsabilidades e permanece apenas culpando os outros. Ela não precisa agir para mudar nada, afinal ela foi injustiçada. Normalmente a vítima quer ser ‘resgatada’, reparada na sua dor, tem dificuldades em se perceber como alguém que tem responsabilidade consigo mesma e pode fazer escolhas, dar a volta por cima.
O perigoso é que ao se vitimizar, as pessoas não se percebem contando as mesmas histórias aprisionadas em seus sentimentos de raiva e revolta, isso pode inclusive afastar os outros em sua volta que nem sempre estão dispostos a ouvir o ciclo de lamentações sem fim da vítima. Outra consequência é que com o afastamento das pessoas, a vítima também corre o risco de perder oportunidades das mais diversas, desde estar em uma festa ou em outro ambiente de socialização ou até mesmo oportunidades de emprego por que para algumas corporações dependendo de qual seja o cargo ou área de trabalho, uma vítima poderia não se adaptar bem ao ambiente.
Embora pareça atraente, no fundo não há um benefício real em se vitimizar. É importante que as pessoas que estão nesse papel possam reconhecer e sentir o que aconteceu em suas vidas como uma injustiça, mas que consigam a partir disso fazer algo a respeito. Reconhecer que as suas vidas não deveriam se resumir a histórias de violência, desprezo, perdas, humilhação e tantas outras situações ruins que acontecem com o ser humano em sua passagem pela vida.
Também tem o outro lado da história, se ainda dói isso precisa ser visto com cuidado e respeito, não se trata, portanto, de não agir com empatia e respeito ao outro. Provavelmente, para alguém que está há muito tempo nesse papel, isso não será fácil de ser feito sozinho, portanto se você não conseguir, não precisa se sentir culpado, busque ajuda.
Como lidar com isso? Olhar para o futuro traçando estratégias para se tornar um protagonista da própria história e começar a usar no começo de suas frases “apesar de...” Pode ser o começo de uma estratégia para lidar com o vitimismo. Podemos encorajar as pessoas que estão nessa situação a usar mais essa frase.
"Apesar de toda a injustiça que houve..." "Apesar do meu passado..."
"Apesar dessa história..."
O foco deve estar no depois disso. Por que a vida de uma pessoa é muito maior que as injustiças que fizeram com ela. E pode ser brilhante apesar das dores que foram causadas pelos outros.
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