Todos os anos no mês de setembro falamos sobre os cuidados com a saúde mental e nos
lembramos de tantas pessoas que infelizmente interromperam suas próprias vidas. Os
cuidados com a saúde mental começam como os outros cuidados com a nossa saúde:
alimentação mais saudável, atividades para superar o sedentarismo, cultivar bons
relacionamentos e ter uma vida com qualidade, de uma maneira geral.
Contudo, cultivar bons pensamentos é tão importante quanto cuidar da alimentação para que
a sua vida seja mais equilibrada e saudável. É preciso saber lidar com as emoções, expressá-
las e entender o que elas significam para você. Alimentar a alma de esperança mesmo em
meio aos desafios diários pode ser um ponto decisivo entre permanecer saudável ou adoecer.
Você não precisa criar expectativas irreais e acabar frustrando-se com isso. Mas pode
aprender a se contentar com o que você consegue realizar, com o que você já tem e continuar
trabalhando para conquistar o que deseja. É sobre viver bem, um dia de cada vez.
E dentre tantos bons hábitos que nos ajudam a cultivar a nossa saúde mental, separei três para
compartilhar com vocês nesta semana.
1. Esteja conectado com você mesmo
Na correria do dia a dia é muito fácil não estar presente em nós mesmos. Enquanto tomamos
café da manhã, já estamos pensando na agenda do dia, no caminho que faremos até o
trabalho, nas pessoas que precisamos entrar em contato, e no meio de tantos compromissos,
como é raro desfrutar e saborear o nosso café da manhã. Perceber o seu próprio corpo é muito
importante. Como você está nesse momento, aliás como o seu corpo está agora? O que você
está sentindo nesse momento? O que está passando pela sua cabeça? O que está pensando?
Tente se conectar com você mesmo, mantenha esse bom hábito e perceba o quanto isso vai
lhe ajudar a lidar melhor consigo mesmo e com as suas emoções.
2. Escape da cilada: para de ficar ruminando os seus problemas e o seu passado
Sim, isso pode ser apenas uma cilada. Achar que ficar horas e horas tentando prever o que
pode estar acontecendo, mapeando os seus problemas e detalhando os seus defeitos,
imaginando os piores cenários possíveis para a sua vida usando “e se” tal coisa acontecesse,
para “se preparar melhor” para um futuro que provavelmente não vai acontecer como você
está pensando, serve apenas para manter você preso em pensamentos que alimentam a
ansiedade e a depressão. Isso é uma cilada. Quando perceber que está remoendo coisas do seu
passado tentando encontrar respostas que talvez você nunca chegue a elas, pois lhe faltam
dados e informações para isso, pare, levante-se, se envolva em alguma atividade, mude a sua
“sintonia”. Isso não é o mesmo que ressignificar a sua história, isso é apenas ruminação.
3. Supere o seu medo de errar
Não há nada que nos humanize mais que os erros que cometemos. Todos somos humanos e
todos cometemos erros. E ao contrário do que fomos acostumados a pensar desde a nossa
infância, talvez pela influência da nossa cultura, cometer erros não é o mesmo que ser
irresponsável, preguiçoso ou negligente. Todos podemos, por exemplo, tomar decisões que
inicialmente nos parece “o certo” a ser feito, mas que depois se revelam como um erro, um
equívoco. Você não se torna uma pessoa melhor por cometer menos erros, na verdade, os seus erros simplesmente revelam que você está vivendo, seguindo. Se você aprender com os seus erros, no final eles podem ser úteis para você e para outras pessoas também. Pessoas
responsáveis podem cometer erros às vezes, e a sua intolerância com os seus próprios erros e
com os erros dos outros revela apenas o seu perfeccionismo. O primeiro passo para lidar com
o nosso perfeccionismo é entender que “o bom” não é inimigo do perfeito. Você pode se
esforçar pela excelência e em fazer progressos, mas caso você não atinja o seu alvo
idealizado você pode dar-se o crédito, afinal, pequenos avanços também são avanços.
Autora:
Mônica Reis é esposa e mãe de três garotos lindos de viver. Uma pessoa curiosa que gosta de
conhecer novos lugares e de ler que é outra forma de viajar. É formada em Psicologia e
possui Especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental e em Saúde Mental e Atenção
Psicossocial. Atua no âmbito clínico atendendo jovens e adultos. Desde 2020 tem se reunido
com outros colegas de maneira independente para estudar temas diversos, incluindo livros e
artigos de autores relacionados as Terapias Cognitivo-Comportamentais. Isso tem lhe
permitido trocar experiências relacionadas a profissão e a prática clínica. Instagram:
@bymonicareis.
As ideias contidas neste artigo não correspondem, necessariamente as ideias do jornal e são deresponsabilidade da autora.
Comentários: